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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Selic em 1 ponto percentual para 12,75% ao ano nesta quarta-feira, 4, reforçou a atratividade dos investimentos pós-fixados, na renda fixa, e determinados setores na Bolsa, como as empresas exportadoras.
O cenário de incertezas, com a guerra na Ucrânia, o endurecimento de medidas anti-covid na China, e a alta de juros nos Estados Unidos dão destaque aos investimentos de renda fixa, especialmente para aqueles investidores que preferem ter menor oscilação do patrimônio. "Os títulos pós-fixados são os mais seguros nesse momento, porque se beneficiam diretamente com a alta da Selic", diz Vinícius Romano, especialista em renda fixa na Suno Research.
O fundo DI com taxa de 2% ao ano é o investimento de renda fixa que não deve ter ganhos que batam a inflação, nos cálculos de Fábio Gallo, professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Ele considerou um aporte de R$ 1 mil a ser sacado daqui a um ano. A poupança, por sua vez, é o segundo pior investimento entre os analisados, e deve ter um rendimento de valor real, descontada a inflação, de R$1,24.
Na renda fixa, os prefixados são os que oferecem maior risco ao investidor, uma vez que não é possível prever exatamente a inflação. Porém, Romano destaca que há títulos de curto prazo que estão com taxas atrativas, rendendo em torno de 12% ao ano.
Os títulos indexados à inflação são uma boa segunda escolha, na opinião de Romano, porque trazem a proteção do IPCA. "As opções com juro real acima de 5% trazem um bom carrego para a carteira, além de proteger contra a inflação, se for mantido até o vencimento". Alguns títulos de médio prazo conseguem um bom retorno, mas é preciso ter cautela com títulos mais longos nesse momento, diz o especialista.
Esses investimentos, por serem atrelados à Selic, ao CDI ou ao IPCA, não têm a mesma volatilidade que os títulos prefixados e aqueles indexados à inflação. Outra vantagem é que o investidor, se precisar, pode resgatar o dinheiro mais facilmente, destaca Romano. O Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e os CDBs pós-fixados (como CDBs 100% ou mais do CDI) são exemplos de investimentos desse tipo.
Cenário desafiador
A conjuntura econômica atual traz diversos pontos de risco e exige cautela do investidor. Entre eles está a incerteza em relação ao mercado da China, que está impondo lockdowns severos como medida de contenção da covid-19, o que impacta diretamente as economias ligadas ao país, como o Brasil, afirma Tiezzi, da SVN.
Natali, no entanto, é mais otimista, e acredita que a situação do regime de zero tolerância na China não terá tanto impacto, porque o país tem um histórico que mostra que conseguirá controlar os desafios e aplicar os estímulos necessários.
A guerra na Ucrânia, porém, é mais preocupante, na avaliação do especialista. Para Romano, da Suno, enquanto a guerra não acabar, a inflação brasileira sofrerá com os efeitos secundários do conflito.
Somam-se a esses pontos de risco as eleições que se aproximam e a possível alta de juros nos EUA. "Caso a alta nos EUA seja acima da esperada, haverá uma fuga de investidores do Brasil para poder operar nos juros mais altos americanos, causando queda da Bolsa brasileira", diz Tiezzi.
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